Uma ótima forma de exercitar o uso da linguagem é buscar recursos argumentativos para questões que sejam, pelo menos de início, difíceis de sustentar. Lendo a revista VEJA dessa semana, tive uma idéia para que os alunos façam suas postagens da próxima semana. Na pagina 72, há uma matéria sobre jogar lixo na rua. Assunto de relevância, atual no contexto das questões ecológicas, enfim, um prato cheio para argumentações. Nesse texto, a jornalista Sandra Brasil afirma categoricamente que "a pessoa que joga lixo na rua, na calçada ou na praia se revela portadora de uma disfunção mental e social que a inabilita para o sucesso no atual estágio da civilização". Apesar de haver, hoje, um discurso severo quanto à necessidade de consciência ecológica, posicionamento da jornalista é, no mínimo, exagerado e radical. Sabemos muito bem que qualquer forma de radicalismo é ofensivo ao bom-senso e consiste em equivoco sério no processo de avaliação de um texto.
Como exercício, façamos o seguinte: como poderíamos argumentar, sem incorrer em radicalismos e idéias absurdas, a favor do ato de jogar lixo na rua? Notem que se trata se um exercício mental de estímulo dos processos cognitivos envolvidos na arquitetura textual. Ou seja, não estou estimulando ninguém a agir contrariamente ao que é melhor pra sociedade. Espero os argumentos de vocês e, ao final, compartilharei o meu.
